quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Chapter 19: sussurros da noite

Deu a hora... Já é tarde... vou me deixar ir e mergulhar no que eu quero saber.
Estou acordada, mas querendo despertar. Andar e andar na noite sem rumo, somente em busca daquilo que me fará parar. Sem perder o sono, sentada no frio na noite e na areia gelada procuro no céu estrelado as respostas que parecem não sossegar, estou cansada, mas o corpo ainda suspira por uma tentativa de fazer com que tudo esteja certo, preciso das respostas pra compreensão do desassossego que atormenta o coração durante o dia e não deixa a mente dormir a noite.

Olhos cansados se viram para cima querendo saber o porquê as estrelas que não contam a verdade? Estaria tudo tão errado assim?

O sussurro insiste: - E o que iria achar disso?

Os olhos fixos cansam e o piscar dos olhos marejados faz com que o corpo suspire em mais uma tentativa de buscar a paz para o desassossego. As lágrimas não caem mais, a respiração se torna mais curta e profunda. A queda parece não existir.

O corpo cansa, não sinto mais frio, os olhos abrem e as estrelas dão lugar ao carpete ora cinza em que estou sentada, o carpete segue verde, as paredes e tetos são brancos assim como minhas roupas. Continuo tentando. Levanto deste carpete cinza, as paredes brancas não parecem assustar apesar da estranheza, sigo a direita andando pelos corredores brancos, o teto todo branco, continuo em frente tentando. Olho para cima, as luzes brancas com tons esverdeados aparecem em um pedaço quadrado do tempo, no chão um coelho branco e imóvel no chão parece precisar de ajuda para voltar a sua toca de luz, para cima e não volta mais, simples assim, já sei o que fazer! Jogue para o alto, jogue para acertar. Somente assim o coelho irá em direção à luz

Seguindo em frente, no corredor outro facho de luz no teto e mais um coelho imóvel no chão precisando de ajuda, cada vez mais fácil. Sigo no corredor e encontro mais fachos de luz e mais coelhos imóveis, um a um sigo o que devo fazer como se sempre soubesse o que deveria fazer. Mas porque este é diferente? Você voltou! A luz não é a mesma, não posso me aproximar porque algo de ruim irá acontecer, te jogo e você voltou mais uma vez, eu tento de novo mas você volta pras minhas mãos, jogo de novo mas você cai no chão. Por que você insiste em cair no chão? Você é diferente, possui um rosto, você é branco, sorridente, de nariz rosa.

O olhar fixo em seu sorriso de repente percebe uma porta a direita, um quarto, entro mas quem é você deitada nesta cama tão pequena? Um quarto todo branco, sue a manta azul e seu vestido verde tão destaque com a sua pele morena e cabelos pretos crespos, você junto com e sua tranquilidade enquanto sonha são hipnotizantes.

Durma tão em paz enquanto sonha... Não, não se agite, eu não farei nada, por favor, não acorde, algo de ruim poderá acontecer, não mexa com o desassossego! Shhh, não, não, não se agite não abra os olhos não acorde não grite não ponha tudo a perder!

Shhh, não deixe o medo ganhar, volte a dormir! Eu estou aqui, eu estou te vendo, estou do seu lado, não faz isso comigo!

Alice Seguindo o Coelho Branco: agora não... é despertador que está tocando?