quinta-feira, 24 de março de 2011

Special Chapter... Monólogo do só EU falo agora...

Essa é a terceira vez que começo a fazer esse monólogo para ti... estou começando a me sentir de novo com 15 anos, escrevendo cartinhas para tentar expressar através de palavras escritas o que pode ser ter sido deixado pra trás em algum momento ou que eu não tenha tido a oportunidade de falar ou que por ter acreditado que as entrelinhas estavam claras.

Confesso que essa não é a primeira vez que pensei em escrever sobre nós. Já havia dito que sempre me preocupei demais no que eu poderia te falar por ter receio de que você pudesse achar que eu estivesse ultrapassando os limites... mas uma pessoa usou uma frase muito sábia, “não deixe as palavras serem esmagadas pelas entrelinhas”... RS... então seguirei o seu conselho e o de Clarice Lispector, e é por isso que estou escrevendo hoje, porque finalmente percebi que ao invés de deixar nas entrelinhas do dia a dia, eu preciso falar algumas coisas em voz alta!

Então caro amigo confidente, ESTA É PRA VOCÊ!

Primeiro, quero pedir desculpas por ter te deixado chateado e triste naquela noite... gosto quando você faz os seus comentários... e espero que depois deste eu escute mais alguns!

Pode parecer um clichê, mas acredito que tudo acontece por um motivo e, quando a gente menos espera, porque assim nossas defesas não terão a chance de tentar barrar o que precisa acontecer.

Não sei se você se lembra do dia que nos falamos pela primeira vez... foi numa segunda-feira a noite, eu estava ardendo em febre e praticamente sem voz... já nesse momento começou a nossa troca; a troca de olhares esquisitos, a tentativa de trocar mensagens por Bluetooth e, de final, a troca de e-mails durante um rápido bate-papo onde você desde o primeiro momento já começou a me ajudar oferecendo o seu guarda-chuva evitando que eu ficasse ainda mais doente ou que eu estragasse a minha chapinha (kkk, você achou que eu não falaria disso né?!)
Naquela mesma semana começaram algumas trocas ainda tímidas de mensagens, de e-mails, um almoço que você não me deixou pagar (sim, eu sou orgulhosa tá, e hoje você já sabe disso!) e depois, algumas cervejas, achei que tinha encontrado um companheiro para os momentos de aventuras em meio aos meus anseios de viver nos meus devaneios que surgem na minha mente irrequieta... hoje vejo que encontrei algo a mais do que esperava e que nem imaginava que era o que eu precisava e queria!!!

Você me encontrou numa fase na qual eu não queria saber das conseqüências no futuro... éramos dois desconhecidos que se encontraram em momentos de vida diferentes porém com o mesmo sentimento e necessidade de viver aquele momento de uma forma que não foi planejada, mas que era necessária para ambos...

Eu não sei quanto a você, mas digo que eu comecei achando que estava muito ciente de que seriamos apenas duas pessoas que precisavam extravasar, ou então que nem você disse pular o muro pra ver o que estava do outro lado... e fico feliz em descobrir que encontrei um amigo confidente, que me ajudou durante as minhas crises que você talvez nem tenha percebido, mas quero que saiba que você me ajudou e muito... seja por uma simples ação como tirar uma lagartixa do meu banheiro ou por uma simples palavra de apoio!

Que nem eu disse antes, a nossa relação é de troca, seja troca de olhares, troca de mensagens ou de confidências... e nessa troca você me ajudou a perceber e entender alguns pontos que eu precisava enxergar para começar a dar os próximos passos... seja eles quais forem... ainda preciso descobrir essa parte... RS!

Então meu amigo confidente, o que estou tentando dizer é que se estivéssemos no mesmo momento em nossas vidas, acredito que o rumo seria diferente... provavelmente te procuraria muito mais para me ajudar no que se passa debaixo do manto transparente, mas se por um lado eu tenho que controlar meus impulsos de ir buscar uma conversa contigo e por isso sentir a sua falta, por um outro lado isso me obriga a andar com as minhas próprias pernas... a sua principal troca comigo foi esta:

Ninguém compreende outro.
Somos, como disse o poeta, ilhas no mar da vida;
 Corre entre nós o mar que nos define e separa.
Por mais que uma alma se esforce por saber o
que é outra alma, não saberá
 senão o que lhe diga uma palavra

Em caso eu tenha esquecido de falar em voz alta, você está me ajudando a fechar uma cicatriz do passado que até então não tinha conseguido devido a esse meu medo de invadir limites... você me ajudou mais do que você pensa, mais até do que eu possa demonstrar!



Alice Seguindo o Coelho Branco: dizendo que o Resumo da Ópera é; muito obrigada!